domingo, 29 de junho de 2008

"Weird Al" Yankovic 2

Pessoas, desculpe repetir o assunto do post, mas as paródias são muito boas. Essa é para os futuros cirurgiões.

http://www.youtube.com/watch?v=F3BYy5PZbA4&NR=1

Em tempo, waiver significa um contrato em que uma das partes abdica de algum direito. Quem assistir entenderá. Abraços.

"Weird Al" Yankovic

Pessoas, um pouco de comédia depois dessa série de conhecimento. Alfred Matthew Yankovic, conhecido no mundo pop por "Weird Al" Yankovic, é um músico e comediante norte-americano que se especializou em fazer paródias com famosas músicas da cultura pop, principalmente dos anos 80. O cara gravou vários video clipes engraçadíssimos, escolhi um em especial por garantir boas risadas e lembrar, mesmo que de longe, o tema do nosso trabalho.
Yankovic ganhou vários prêmios ao longo de sua carreira, incluindo discos de ouro e Grammys. Este vídeo que coloco aqui é uma paródia da música Beat It, do Michael Jackson. Muito bom. Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do cara, é só navegar pelo youtube. Tem muita coisa interessante. As letras são boas também. Vale a pena prestar atenção.
http://www.youtube.com/watch?v=h9_g210N2xY

terça-feira, 17 de junho de 2008

Final da série Painel Biobio

Pessoal, chegou ao fim a Série Painel Biobio, em que nós, integrantes do grupo sobre Obesidade, tentamos mostram, em cinco painéis, um pouco sobre essa doença, que atinge hoje um bilhão de pessoas no mundo.
Vale lembrar que o outro lado da moeda é tão importante quanto. São hoje cerca de 850 milhões de pessoas subnutridas. Um lado paradoxal desse nosso mundo. Essa discrepância merece uma reflexão.
Obrigado por acompanhar nossas postagens. Espero que continuem nos visitando, pois continuaremos a postar, sempre abordando esse lado interessante da medicina preventiva. É isso.

Continuação: Série Painel Biobio

Pós-operatório

Os resultados da cirurgia bariátrica são tanto positivos quanto negativos. A perda de peso é evidente, já nos primeiros meses do pós-operatório, com melhora das comorbidades. Há também progresso das relações sociais e profissionais e consequentemente da qualidade de vida. De acordo com o Dr. José Carlos Pareja, Chefe do Serviço de Cirurgia de Obesidade da Unicamp, “a cirurgia bariátrica apresenta resultados favoráveis nos fatores de risco cardiovasculares. Há uma nítida melhora no perfil lipídico, na hipertensão arterial, na apnéia de sono e, mesmo, na redução da hipertrofia ventricular esquerda, e no espessamento da camada íntima-média das carótidas após a cirurgia”.Por outro lado, a longo prazo, os pacientes apresentam quadros de deficiência nutricional, em virtude de em quase todos os procedimentos cirúrgicos o intestino delgado, principal órgão de absorção de nutrientes, ser afetado. O acompanhamento clínico e nutricional deverá acompanhar o paciente pelo resto de sua vida, em virtude da baixa ingestão calórica. Nas primeiras semanas do pós-operatório, o consumo calórico se aproxima de 350Kcal. O consumo diário recomendado é de 1250Kcal. Há deficiência de ferro, ácido fólico e vitamina B12, principalmente. Dessa forma, torna-se imprescindível o consumo de suplementos de vitaminas e minerais.

Continuação: Série Painel Biobio


Cirurgia de Scopinaro Duodenal

Cirurgia desenvolvida em 1979 por Scopinaro, um médico italiano. Consiste em diminuir o caminho percorrido pelo alimento no intestino delgado para 2,5 metros, de forma que o restante do intestino sirva de canal para as secreções do pâncreas e do fígado, que se misturam ao alimento nos 100 centímetros finais do intestino delgado. Há uma redução drástica na absorção de nutrientes, com maior perda de gorduras e de carboidratos nas fezes. No primeiro ano após a cirurgia, os pacientes precisam evacuar de 4 a 6 vezes por dia. Após esse período, estabiliza-se em 2 a 4 evacuações por dia. A grande vantagem desse procedimento é que após seis meses o paciente pode ingerir a mesma quantidade de alimento de antes da cirurgia, sem restrições alimentares.

Continuação: Série Painel Biobio



Bypass gastrojejunal tipo Capella

Cirurgia que combina redução do estômago com desvio do intestino delgado de forma a criar um estado de má absorção intestinal. A redução estomacal é feita por um anel, que diminui o seu volume de 1500 ml para cerca de 30 ml. Além disso, uma parte do duodeno é isolada da passagem de alimento, o que acelera a sensação de saciedade, diminuindo a ingestão de alimentos. Outro auxílio para a redução de peso está na Síndrome de Dumping, uma intolerância a doces e alimentos gordurosos. Os pacientes sentem náuseas e vômitos, o que ajuda na perda de peso. O resultado é a perda de cerca de 75% do peso em excesso (por volta de 35% do peso total).



Continuação: Série Painel Biobio

Agora alguns vídeos sobre gastroplastias. São muito interessantes. Assistam. Os links são do youtube:

Continuação: Série Painel Biobio


Mais fotos sobre a gatroplastia vertical, tipo Lap Band.

Continuação: Série Painel Biobio

Gastroplastia vertical
O primeiro tipo de gastroplastia vertical é do tipo bandagem, também conhecida como Mason, pois foi introduzida por esse médico nos Estados Unidos em 1982. A cirurgia é caracterizada pelo fechamento de uma parte do estômago por uma sutura. Com a redução do tamanho do estômago ocorre uma redução na ingestão de alimentos e consequentemente menor ingestão de calorias. Os resultados eram satisfatórios, com perda de até 50% do peso em excesso (cerca de 20% do peso total). Hoje não é mais utilizada, pois estudos comprovaram que de cinco a dez após a cirurgia os pacientes voltavam a ganhar peso.O segundo tipo, conhecida como Lap Band, consiste em uma laparoscopia que introduz na parte superior do estômago um anel, uma banda regulável capaz de controlar a entrada de alimentos no órgão. Há uma redução da atividade funcional do estômago, já que o anel permite controlar o seu tamanho. Os resultados são semelhantes aos da gastroplastia Mason, com perda de 20% do peso total. O controle é feito por ingestão de uma solução salina em um canal posicionado abaixo da pele.

Tipos de cirurgia

Bypass jejuno ileal
Consiste em diminuir o caminho percorrido pelo alimento no intestino delgado. A primeira parte do jejuno é ligada à última parte do ílio, suprimindo a área em que os nutrientes são absorvidos. Em média, o intestino delgado possui 6 metros de comprimento. Após a cirurgia, apenas 45 centímetros serviriam para absorção de alimento. Essa técnica, entretanto, foi abandonada ainda na década de 70, em virtude de complicações no pós-operatório. Sem o jejuno, não era possível absorver vitaminas, principalmente vitamina C e vitaminas do complexo B, o que provocava um quadro de desnutrição e falência do fígado.

Cirurgia Bariátrica


A cirurgia bariátrica consiste em um procedimento com o objetivo de reduzir o estômago e também o caminho percorrido pelo alimento, no intestino. Dessa forma força-se o paciente a atingir um nível de saciedade mais rápido e obriga o organismo a absorver menos nutrientes do que o normal.As cirurgias são recomendadas apenas depois de esgotadas outras formas de controle de peso. Um tratamento clínico prévio com acompanhamento de um médico é essencial. A cirurgia é feita em pacientes com obesidade severa, também conhecida como obesidade mórbida ou de grau III (IMC superior a 40 Kg/m²) que não tenham atingido resultados satisfatórios pela prática de exercícios, pelo uso de drogas e por mudanças na alimentação. O procedimento cirúrgico é indicado também para pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² e que apresentem comorbidades, condições graves que dependam da perda de peso, tais como hipertensão e diabetes tipo 2.

Continuação: Série Painel Biobio

Dieta programada Lean Body
Dieta criada por Cliff Sheats, consiste em regular melhor o metabolismo do corpo do que as refeições. Sheats é um nutricionista norte-americano autor de uma série de livros que propõe a redução de peso a partir do aumento da ingestão de calorias, combinada com a prática regular de exercícios.
A dieta segue alguns passos importantes. O aumento da ingestão de calorias deve ser gradual e dividida durante o dia. A prática de exercícios regularmente é obrigatória, pois é dessa forma que se queima a gordura em excesso. A ingestão de calorias é dividida em 65% de carboidratos (de preferência integrais), 25% de proteínas (ovo e carne de aves) e 10% de gorduras (azeite de oliva). As atividades físicas devem ser estendidas por uma hora, pelo menos três vezes por semana. Claro que cada organismo reage de uma maneira diferente a dietas e exercícios. Faz-se necessário, portanto, o acompanhamento de um nutricionista para que a dieta e a quantidade de exercícios diários sejam calculadas da forma mais saudável e de maneira que a dieta programada tenha resultados positivos.
A realização de exercícios prolongados sem exigência total do corpo, com grande disponibilidade de oxigênio, é responsável por uma maior queima de lipídios. A respiração aeróbica é um caminho de degradação de ácidos graxos para formação de acetil-CoA. Uma intensificação do ciclo de Krebs aumenta a formação de citrato. Altas concentrações desse substrato inativam a fosfofrutoquinase. Essa enzima, por sua vez, faz parte da via glicolítica, que passa a ser inibida também, pois há armazenamento de glicose para quando o organismo estiver com falta de oxigênio, usado como agente oxidante para reoxidação de coenzimas da Cadeia Transportadora de elétrons.
Interligar a prática de exercícios com uma dieta que preenche as necessidades do organismo é favorável não só ao emagrecimento, mas também a uma saúde melhor, pois previne contra problemas cardiovasculares. Claro, se tudo feito com o acompanhamento de um médico e um nutricionista.

Dietas

Dieta de Atikins
Criada pelo cardiologista Robert Atkins a Estratégia Nutricional Atkins tornou-se popular na década de 70, em virtude de sua publicação em vários livros. A dieta consiste em cortar drasticamente o consumo de carboidratos e adotar o consumo livre de proteínas e gordura. São quatro as etapas. Na introdução, só é permitida a ingestão de até 20 gramas de carboidratos. Na segunda etapa, denominada perda de peso, é possível adicionar mais 5 gramas de carboidrato por semana. Adiciona-se a quantia até que se pare de perder peso. Em seguida, retiram-se 5 gramas da medida final, para que o peso volte a cair.
A terceira etapa, ou pré-manutenção, consiste na fase de manutenção do peso. Aumenta-se a quantidade de carboidrato em 10 gramas por semana, caso queira interromper a perda de peso. A última parte é chamada de manutenção, pois permite ao usuário continuar a perda de peso ou apenas manter a massa corporal atingida.
O raciocínio utilizado por Atkins para emagrecer é semelhante ao da condição do jejum noturno. A reserva hepática de glicogênio é limitada e insuficiente para manter os níveis normais por mais de oito horas de jejum. “Após esse período, a contribuição da reserva de glicogênio decresce, ao mesmo tempo em que é adicionada uma outra via metabólica de produção de glicose. Esta outra via, que se processa no fígado e nos rins, é a gliconeogênese. Como seu nome indica, a gliconeogênese consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos: aminoácidos, lactato e glicerol” (Bayardo:2007). Assim, a falta de carboidratos proporcionada pela dieta força o corpo a utilizar seus aminoácidos para manter os níveis corretos de glicemia, provocando o emagrecimento.
As proteínas são consumidas também porque não há, nos mamíferos, vias metabólicas capazes de transformar os ácidos graxos, principais formadores da reserva lipídica, em glicose. A maioria dos ácidos graxos presentes na alimentação e nas reservas lipídica são moléculas lineares de número par de átomos de carbono. Sua degradação forma acetil-CoA e não há vias de conversão de acetil-CoA a glicose nos mamíferos. “A exceção está nos ácidos graxos de número ímpar de carbonos ou contendo ramificações na sua molécula, que, quando oxidados, originam, além de acetil-CoA, propionil-CoA. Este composto pode ser transformado em succinil-CoA, um intermediário do ciclo de Krebs, que pode, portanto, gerar glicose” (Bayardo:2007). A parcela de glicose proporcionada por essa cadeia de reações, contudo, é muito pequena.
Além disso, os carboidratos são rapidamente absorvidos quando chegam ao intestino delgado. Dessa forma, eles demoram para inibir a ação da grelina, o hormônio da fome, e estimular a ação do PYY, o hormônio da saciedade.
A grelina é um hormônio gastrointestinal com várias funções, sendo sua principal atuação a de estimular uma maior secreção do hormônio do crescimento (GH). Descoberta em 1999 por cientistas japoneses, apenas dois anos depois, pesquisadores britânicos detectaram que a grelina atua também como regulador da ingestão alimentar. Seus níveis são elevados quando a fome predomina e baixos quando há sensação de saciedade. Produzido por neurônios e principalmente por células do estômago, o hormônio da fome atua sobre o hipotálamo de forma a determinar a sensação de fome.
Dessa forma, come-se bastante até que os níveis corretos sejam atingidos. Proteínas e lipídeos, por outro lado, são degradados lentamente. Como permanecem muito tempo no trato digestório permitem a sinalização para que a grelina seja diminuída e o PYY aumentado, de forma que uma pequena quantidade dessas substâncias seja ingerida. Por isso ajudam a emagrecer.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Problemas técnicos

Leitores, peço desculpas, mas em virtude de um problema que ainda tento descobrir os últimos posts não possuem fotos. Tentei mas não foi possível carregar as fotos para ilustrar os textos. Em virtude disso, adiei a postagens referentes aos dois últimos painéis. Mas fiquem calmos, os posts, com suas respectivas fotos, serão apresentados aqui neste blog. Agradeço a paciência.

Continuação: Série Painel Biobio

Fármacos para obesidade
Muito se tem discutido a respeito das drogas utilizadas no tratamento contra obesidade. Muitos especialistas são contra o uso de certas drogas, bem como, alertam para o abuso que muitos indivíduos, até profissionais andam cometendo. É comum que a pessoa que deseja emagrecer procure a farmácia como uma solução rápida. Porém atrás dessa ilusória se escondem os efeitos colaterais. Já está mais do que comprovado que somente o uso de drogas não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente. Nos planos de perda de peso deve estar incluída a mudança dos hábitos alimentares, bem como a prática de exercícios físicos.
É necessário também que o paciente procure ajuda de médicos e nutricionistas. Os fármacos podem ser indicados por especialistas nos casos de obesidade mórbida em que já há o comprometimento da saúde do indivíduo. Somente o médico pode fazer a prescrição desses remédios depois de uma análise bastante criteriosa do quadro clínico do paciente. Os fármacos para combate à obesidade se dividem em três grupos, de acordo com seu principal modo de ação. O primeiro grupo atua sobre o sistema nervoso central modificando o apetite e a conduta alimentar. São exemplos desse primeiro grupo: fenproporex, anfepramona, fluoxetina, sertralina e sibutramina. O segundo grupo de drogas atua sobre o metabolismo incrementando a maior produção de calor com maior gasto energético.
Efedrina e cafeína fazem parte desse grupo. O terceiro grupo age sobre o sistema gastrointestinal diminuindo a absorção de gorduras, como o orlistat. A fluoxetina e a sertralina, apesar de não serem medicamentos anti-obesidade, podem ser úteis em alguns tipos de pacientes obesos como em comedores compulsivos, acometidos por bulimia nervosos ou obesos deprimidos. Além dessas drogas, outras substâncias são utilizadas no tratamento contra a obesidade como diuréticos, fibras e hormônios de crescimento e da tireóide.
A característica desejada no fármaco é que seu efeito final seja sobre tecidos adiposos e não sobre a água do corpo. È desejado também que não haja efeitos colaterais ou que eles sejam tolerados. Para que essas metas sejam atingidas, é necessário que a confiabilidade do remédio seja comprovada pelas organizações competentes de cada país. A suspensão temporária das drogas leva à retomada de ganho de peso. Dessa forma, quando for pertinente o uso de fármacos, que o tratamento seja prolongado. O uso indiscriminado dessas medicações envolve problemas a longo prazo como efeitos colaterais.
Em 1997, um grupo de pesquisadores relatou 24 casos de mulheres que haviam desenvolvido uma doença nas válvulas cardíacas após a utilização de fentermina associada à fenfluramina. Alguns efeitos colaterais podem levar ao infarto do miocárdio, bem como a problemas na aorta devido ao comprometimento de sua válvula. Dessa forma, o uso de medicações em casos de obesidade é eficaz desde que submetidos a indicações. Remédios que dão certo para alguns podem causar sérios danos a outros, por isso é necessário um severo acompanhamento médico.

Continuação: Série Painel Biobio


Síndrome de Cushing
A síndrome de Cushing ou hipercortisolismo é uma desordem hormonal causada por níveis elevados de cortisol no sangue. È uma doença relacionada com a obesidade. O cortisol é liberado pelas glândulas adrenais. Esse hormônio é capaz de estimular a gliconeogênese, ou seja, formação de glicose a partir de outros compostos, sendo por isso denominado um hormônio diabetogênico. Níveis altos de cortisol também podem ser induzidos pela administração de drogas. Normalmente, o CRH, hormônio liberador de corticotropina, é liberado pelo hipotálamo e estimula a liberação de ACTH, hormônio adrenocorticotrófico, pela hipófise levando à produção de cortisol pelo córtex da adrenal. A síndrome de Cushing pode ser proveniente da excessiva ingestão de hormônio cortisol sendo denominada Cushing iatrogênico, de um aumento na secreção de ACTH por causa ectópica, ou seja, produzido fora do lugar habitual ou por adenomas. Ou pode ainda se originar de uma elevação na produção de cortisol por tumores nas adrenais.Cerca de 80% dos pacientes com depressão profunda apresentam uma hiperatividade do eixo hipotálamo- hipófise- adrenal, resultando em uma hipersecreção de cortisol. Geralmente o diagnóstico é difícil, pois os testes laboratoriais são confusos. Além disso, os principais sintomas como obesidade e hipertensão podem estar presentes em indivíduos com função normal das adrenais. A principal característica do paciente é obesidade central de início súbito, envolvendo face, pescoço, tronco e abdome. Pode haver hipertrofia da gordura retro-orbital, resultando em exoftalmia. Hipertensão, intolerância à glicose, amenorréia nas mulheres, diminuição da libido em homens, equimoses espontâneas e estrias violáceas com mais de um centímetro de largura são sintomas freqüentes. Os pacientes têm uma maior predisposição a infecções porque o cortisol inibe respostas inflamatórias. Exames para diagnóstico são feitos com a urina do paciente, medindo-se a concentração de cortisol e ACTH. Valores maiores que 7,5 mg/dl para cortisol e maiores que 15 pg/ml para ACTH são indicativos da doença.

Obesidade entre os índios Pima


Os índios Pima do Arizona são reconhecidos no círculo científico como um dos grupos de pessoas que apresentam pesos mais elevados no mundo. Os pesquisadores do Instituto nacional de saúde dos EUA os têm estudado há mais de trinta e cinco anos. Alguns adultos chegam a pesar mais de duzentos e cinqüenta quilos e muitos adolescentes obesos estão sofrendo de diabetes, a doença com maior freqüência associada à obesidade mórbida.
Porém, um grupo de índios Pima que vive em Sierra Madre, no México, não tem problemas com a obesidade e suas doenças relacionadas. A teoria afirma que, após muitas gerações de vida no deserto, enfrentando escassez absoluta de recursos, os índios Pima mais bem sucedidos foram os que possuíam genes que os ajudavam a armazenar o máximo de gorduras possíveis, durante o tempo em que não havia alimento disponível.
Embora as duas populações consumam um número similar de calorias por dia, os índios Pima mexicanos ainda vivem bem mais, assim como seus ancestrais. Eles dedicavam vinte e três horas por semana à atividades físicas e consumiam uma dieta pobre em gordura. Os índios Pima do Arizona vivem como a maioria dos demais americanos modernos, consumindo uma dieta que consiste em aproximadamente 40% de gordura, e participando de atividades físicas apenas durante duas horas semanais.
Aparentemente, o grupo Pima tem uma predisposição genética para ganhar peso. E no ambiente em que vivem, torna-se quase impossível manter um peso corporal normal e saudável.

Continuação: Série Painel Biobio

Causas
A obesidade, a vida sedentária, o estresse e a ingestão de quantidades excessivas de álcool ou de sal são fatores que têm um papel importante no desenvolvimento da hipertensão arterial em indivíduos com predisposição hereditária. O estresse tende a elevar temporariamente a pressão arterial, mas, em geral, a pressão retorna ao normal assim que o estresse desaparece. Isto explica a "hipertensão do jaleco branco", na qual o estresse decorrente da consulta a um médico faz com que a pressão o suficiente fazendo com que seja diagnosticada como hipertensão em alguém que, em outras circunstâncias, apresentaria uma pressão arterial normal.
TratamentoA hipertensão arterial essencial não tem cura, mas pode ser tratada para impedir complicações.
Terapia Medicamentosa
A maioria das pessoas tolera as drogas antihipertensivas sem problemas. No entanto, qualquer droga anti-hipertensiva pode causar efeitos colaterais. Por essa razão, caso eles ocorram, o paciente deve informar o médico, que poderá ajustar a dose ou substituir a droga utilizada por uma outra. Geralmente, o primeiro medicamento receitado no tratamento da hipertensão arterial é um diurético tiazídico. Os diuréticos ajudam os rins a eliminar sal e água, o que diminui o volume de líquido do organismo, promovendo a queda da pressão arterial. Os diuréticos também produzem dilatação dos vasos sangüíneos.
Como os diuréticos acarretam perda de potássio na urina, algumas vezes é necessária a administração de suplemento de potássio ou de drogas que poupam potássio. Os diuréticos são particularmente úteis para os indivíduos da raça negra, idosos, obesos e portadores de insuficiência cardíaca ou insuficiência renal crônica. Os bloqueadores adrenérgicos – grupo de drogas que inclui os alfabloqueadores, os betabloqueadores e o alfa-betabloqueador labetalol – bloqueiam os efeitos do sistema nervoso simpático, o sistema que pode responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial.
Sendo os bloqueadores adrenérgicos mais comumente utilizados, os beta-bloqueadores são particularmente úteis para os indivíduos da raça branca, jovens e para aqueles que sofreram um infarto do miocárdio ou apresentam freqüência cardíaca elevada, angina pectoris (dor torácica) ou cefaléia do tipo enxaqueca. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina reduzem a pressão arterial através da dilatação das artérias.
Os bloqueadores da angiotensina II reduzem a pressão arterial através de um mecanismo similar – porém mais direto – ao mecanismo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina. Devido ao seu modo de ação, os bloqueadores da angiotensina II parecem causar menos efeitos colaterais.
Os antagonistas do cálcio produzem dilatação dos vasos sangüíneos através de um mecanismo completamente diferente. São particularmente úteis para os indivíduos da raça negra, idosos e aqueles que apresentam angina pectoris (dor torácica), certos tipos de arritmias ou enxaquecas. Relatos recentes sugerem que os antagonistas do cálcio de ação curta aumentam o risco de morte por infarto do miocárdio, mas não existem relatos sugerindo o mesmo efeito para os antagonistas do cálcio de ação prolongada.
Os vasodilatadores diretos dilatam os vasos sangüíneos através de outro mecanismo. Uma droga dessa classe quase nunca é utilizada isoladamente. Em vez disso, ela costuma ser adicionada como uma segunda medicação, quando a outra droga isoladamente não consegue reduzir suficientemente a pressão arterial.
As emergências hipertensivas – como a hipertensão arterial maligna – exigem a redução rápida da pressão arterial. Existem várias drogas que produzem esse efeito e a maioria delas é administrada pela via intravenosa. Essas drogas incluem o diazóxido, o nitroprussiato, a nitroglicerina e o labetalol. Anifedipina, um antagonista do cálcio, tem uma ação muito rápida e pode ser administrada pela via oral.

Doenças relacionadas à obesidade

A obesidade em princípio não era considerada doença, mas com o passar dos tempos os especialistas sentiram necessidade de enquadrar a obesidade como mais uma doença e que por sinal tem aterrorizado a humanidade desde então - a incidência de obesidade tanto em países de primeiro mundo como de terceiro mundo tem aumentado em proporções alarmantes nos últimos anos. Nesse sentido vários estudos têm sido realizados para demonstrar os efeitos maléficos que a obesidade pode trazer para o seu portador. A obesidade pode afetar:
Sistema Cardiovascular
Nesse sistema a obesidade pode causar:

*Hipertensão arterial
DefiniçãoA pressão arterial alta (hipertensão) é geralmente um distúrbio assintomático no qual a elevação anormal da pressão nas artérias aumenta o risco de distúrbios como o acidente vascular cerebral, ruptura de um aneurisma, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e lesão renal.
A hipertensão tem sido denominada de "assassino silencioso", porque, em geral, ela não produz sintomas durante muitos anos (até ocorrer lesão de um órgão vital).
A hipertensão arterial é definida pela pressão sistólica média em repouso de 140 mmHg ou mais e/ou pela pressão diastólica em repouso média de 90 mmHg ou mais. Nos casos de hipertensão arterial, é comum tanto a pressão sistólica quanto a pressão diastólica estarem elevadas.
Na hipertensão sistólica isolada, a pressão sistólica é igual ou superior a 140 mmHg, mas a pressão diastólica é inferior a 90 mmHg – ou seja, a pressão diastólica encontra-se dentro da faixa normal. Com o envelhecimento, a hipertensão sistólica isolada torna-se cada vez mais comum. Em praticamente todos os indivíduos, a pressão arterial aumenta com a idade, com a pressão sistólica aumentando até os 80 anos de idade e a pressão diastólica aumentando até os 55 ou 60 anos e, em seguida, estabilizando nesse patamar ou até diminuindo.
A hipertensão maligna é uma forma de hipertensão arterial particularmente grave que, caso não seja tratada, geralmente leva à morte em três ou seis meses. A hipertensão maligna é bastante rara, ocorrendo em apenas um em cada duzentos indivíduos com hipertensão arterial, mas é muito mais comum entre a raça negra do que entre a raça branca, em homens do que em mulheres e em pessoas de baixa situação socioeconômica do que em pessoas com padrão socioeconômico mais elevado. A hipertensão maligna é uma emergência médica.





Controle da Pressão Arterial
A elevação da pressão nas artérias pode ocorrer de várias maneiras. Por exemplo, o coração pode bombear com mais força, ejetando mais sangue a cada minuto. Outra possibilidade é a de as artérias de maior calibre perderem sua flexibilidade normal e tornarem-se rígidas, de modo que elas não conseguem expandir para permitir a passagem do sangue bombeado pelo coração.
Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta. É isto o que ocorre em pessoas idosas cujas paredes arteriais se tornaram espessadas e rígidas por causa da arteriosclerose. De modo similar, a pressão arterial eleva em casos de vasoconstrição, quando artérias muito finas (arteríolas) se contraem temporariamente devido à estimulação nervosa ou por hormônios presentes no sangue.
Uma terceira forma de elevação da pressão arterial é através do aumento do aporte líquido ao sistema. Isto ocorre quando os rins funcionam mal e são incapazes de remover a quantidade adequada de sal e água do organismo. O volume de sangue no corpo aumenta e a pressão arterial também. Por outro lado, se a função de bombeamento de sangue do coração diminui, se as artérias dilatarem ou se houver perda de líquido do sistema, a pressão arterial é reduzida. Os ajustes desses fatores são regidos por alterações da função renal e do sistema nervoso autônomo (parte do sistema nervoso que regula automaticamente muitas funções do organismo). O sistema nervoso simpático, o qual faz parte do sistema nervoso autônomo, aumenta temporariamente a pressão arterial durante a resposta de "luta ou fuga" (reação física diante de uma ameaça).
O sistema nervoso simpático aumenta tanto a freqüência quanto a força dos batimentos cardíacos. Ele também produz uma contração da maioria das arteríolas, mas expande as arteríolas de determinadas áreas, como na musculatura esquelética, onde é necessária uma maior irrigação sangüínea. Além disso, o sistema nervoso simpático diminui a excreção renal de sal e água, aumentando assim o volume sangüíneo do corpo.
O sistema nervoso simpático também libera os hormônios epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina), os quais estimulam o coração e os vasos sangüíneos. Os rins controlam a pressão arterial de vários modos. Se a pressão aumenta, os rins aumentam a excreção de sal e água, o que reduz o volume sangüíneo e faz a pressão retornar ao normal. Por outro lado, se a pressão cai, os rins diminuem a excreção de sal e água e, conseqüentemente, o volume sangüíneo aumenta e a pressão retorna ao normal.
Os rins também podem elevar a pressão arterial secretando a enzima renina, a qual estimula a produção do hormônio angiotensina, o qual, por sua vez, desencadeia a liberação do hormônio aldosterona. Devido ao importante papel dos rins no controle da pressão arterial, muitas doenças e anomalias renais podem causar o aumento da pressão arterial. Por exemplo, o estreitamento da artéria que irriga um dos rins (estenose da artéria renal) pode causar hipertensão. Da mesma forma, inflamações renais de diversos tipos e a lesão renal uni ou bilateral também podem provocar aumento da pressão arterial.
Sempre que uma alteração provoca a elevação da pressão arterial, é desencadeado um mecanismo de compensação que procura compensar esse aumento e manter a pressão em níveis normais. Assim, um aumento no volume do sangue bombeado pelo coração, o qual tende a aumentar a pressão arterial, faz com que os vasos sangüíneos dilatem e que os rins aumentem a excreção de sal e água, o que tende a reduzir a pressão arterial. Entretanto, a arteriosclerose produz enrijecimento das artérias, impedindo sua dilatação, a qual auxiliaria na redução da pressão arterial aos seus níveis normais. Alterações arterioscleróticas renais podem comprometer a capacidade dos rins de excretar sal e água, o que contribui para a elevação da pressão arterial.
Regulação da Pressão Arterial: Sistema Renina-Angiotensina-AldosteronaUma queda na pressão arterial (1) provoca a liberação de renina, uma enzima renal. Por sua vez, a renina (2) ativa a angiotensina (3), um hormônio que provoca contração das paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas), aumentando a pressão arterial. A angiotensina também desencadeia a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais (4), provocando a retenção de sal (sódio) e a excreção de potássio. O sódio promove a retenção de água e, dessa forma, provoca a expansão do volume sangüíneo e o aumento da pressão arterial.



sábado, 7 de junho de 2008

Continuação: Série Painel Biobio

Adiponectina - O Hormônio dos Adipócitos

A adiponectina é um peptídeo produzido pelas células adiposas e tem como função estimular a expressão de compostos relacionados à combustão de ácidos graxos, com conseqüente dissipação de energia para o músculo ou outros tecidos envolvidos.
Esse hormônio promove a fosforilação do AMP através de uma proteína quinase dependente. O AMPK atuará no fígado estimulando a glicólise e inibindo a gliconeogênese, pois suas enzimas fosforiladas ficam inativas. Além disso, ocorre uma redução da biosíntese de ácidos graxos, uma vez que compostos relacionados à combustão estão sendo produzidos. Dessa forma, é a hidrólise dos triglicérdes que está sendo favorecida e, portanto, a liberação de ácidos graxos na corrente sanguínea os quais serão capturados pelas células musculares. Esses ácidos graxos são o substrato necessário para o músculo realizar a
β-oxidação e suprir a demanda energética do tecido.
Nos obesos, a adiponectina está em baixas concentrações o que acaba gerando uma menor degradação desses triglicérides e, portanto, um acúmulo maior de gordura no corpo. Entretanto, essa não é a principal importância da adiponectina nos obesos.
Outra característica importante desse hormônio é seu controle sobre a insulina. Ela reduz a inibição da insulina permitindo que haja um controle na glicose sanguínea ( a diabetes é uma doença associada à obesidade de grande relevância). Sim, mas qual a sua verdadeira importância?
Bom, não podemos esqueecer que todos os mecanismos no corpo humano são regulados e, como já dissemos, com os hormônis e a obesidade não poderia ser diferente.


Insulina - O Hormônio Regulador

A insulina, hormônio produzido pelas células
β nas ilhotas de Langerhans do pâncreas, regulado pela adiponectina é de fundamental importância na obesidade, pois regula outros hormônios relacionados ao apetite. A insulina apresenta recpetores de membrana que agem em conjunto com os recpetores de insulina. Dessa forma, com a redução promovida pela adiponectina, mais insulina está presente na corrente sanquínea sinalizando para o hipotálamo que haverá um aumento dos níveis de leptina e, portanto, uma diminuição da ingesta alimentar. Além disso, fatores relacionados com a diabetes também devem ser levados em consideração uma vez que está doença acomete grande parte dos obesos.



Hormônios, bioquímica, obesidade, enfim, tentamos mostar um pouquinho da correlação de todos esses termos técnicos. Agora é só procurar entender, nem que seja o essencial, de todo esse grande mecanismo que rege o corpo humano.








Continuação: Série painel Biobio

Grelina - O Hormônio do Apetite

A grelina é outro hormônio que está envolvido na questão da obesidade. É sintetizado por células especializadas da mucosa do estômago, pelo duodeno e por uma série de estruturas cerebrais. Atua de forma direta na glândula pituitária sinalizando a liberação do hormônio GH ( daí que surgiu o seu nome), estimula as secreções lactotróficas e corticotróficas, controlando também a secreção gástrica e com isso a motilidade do estômago.

Entretanto, a sua principal ação é ter função oposta ao hormônio leptina. Dessa forma, estimula a síntese de neuropeptídeos orexígenos que induzem um aumento da ingesta alimentar com certa redução no gasto energético e, portanto, um aumento na adiposidade.
Mas como é a sua ação?


Em estado de jejum prolongado ou em casos de hipoglicemia, a grelina, com seu nível elevado, atuará no núcleo arqueado do hipotálamo indicando que o corpo está com “fome”. Após a refeição realizada, os nutrientes passarão a ser identificados nas paredes estomacais e vão, por meio de outro hormônio PYY, atuar de forma controlada com a grelina indicando para o cérebro a sensação de saciedade. Para que esse mecanismo ocorra de forma eficiente é necessário redução significativa dos níveis de grelina na corrente sanguínea e um aumento substancial nos níveis de PYY.
Entretanto, essa regulação depende do tipo de macronutriente ingerido. No caso de uma dieta rica em carboidratos simples, os quais são rapidamente absorvidos no trato digestório e armazenados como gordura, o tempo para que haja a redução dos níveis de grelina e aumento dos níveis de PYY não é suficiente para que o cérebro perceba a sensação de saciedade. Nesse caso, há uma ingestão maior de carboidratos com conseqüente aumento de tecido adiposo, uma vez que esses nutrientes são convertidos em gordura.
No caso de uma dieta rica em proteínas e lipídeos, cuja degradação e absorção de nutrientes é lenta, o tempo que os nutrientes estão no trato digestório é maior permitindo que o cérebro perceba as alterações das concentrações de grelina e PYY no sangue. Dessa forma, não há necessidade de um consumo exagerado dessas substâncias para se ter a sensação de saciedade. Assim, a ingesta alimentar é menor e, portanto, menor será o aumento de peso. Então, por mais estranho que pareça, esse tipo de dieta pode ajudar na perda de peso.
Então, podemos pensar que a grelina pode ser responsável por causar a obesidade?
Na verdade não. Pesquisadores compararam os níveis de grelina em pessoas com o peso normal e obesas. Constataram que em obesos os níveis de grelina são mais baixos do que o outro grupo. O que acontece com os obesos é uma hipersensibilidade aos efeitos de grelina o que acaba proporcionando um aumento da ingesta alimentar.

Hormônios

Os hormônios são os principais reguladores bioquímicos do metabolismo e de doenças no corpo humano. E com a obesidade não poderia ser diferente. Leptina, grelina, adiponectina, insulina são alguns dos hormônios que estão correlacionados com a enfermidade do século. Vários outros, porém, também estão envolvidos em sua patologia, mas o enfoque do grupo deu-se apenas nesses hormônios já citados por serem de maior expressão. Entretanto, não se esqueça de que tudo no corpo humano está em constante interação e que nada pode ser avaliado de uma forma isolada. A análise do todo é fundamental para que se possa entender, nem que seja o início, da complexidade da máquina biológica.

Leptina – O hormônio da Obesidade


Leptina (grego leptos=magro) foi identificada em 1994 como um produto do gene ob descrito em camundongos. É um peptídeo formado por 167 aminoácidos, mas que é circulado no sangue com apenas 146 aminoácidos ligados a uma proteína carregadora.
A síntese de leptina ocorre principalmente em células adipócitas (tecido adiposo), podendo ocorrer também na placenta, no epitélio intestinal, no cérebro. Sua síntese é regulada por fatores ambientais, orgânicos e também pela influência do sexo.
  • ↑insulina ↑secreção de leptina glicorticóide
  • baixas temperaturas ↓ secreção de leptina fumo
  • para mesma quantidade de gordura as mulheres secretam 2x mais leptina do que os homens.

Mas qual é a função da leptina? A leptina, produzida no tecido adiposo, age no hipotálamo que redistribui a sua ação. A sinalização na glândula pituitária estimula as gônadas indicando o início da puberdade e da reprodução; as adrenais regulando os estímulos adrenérgicos. Porém, sua ação mais importante é no controle da ingesta alimentar e na manutenção da homeostase corporal com o metabolismo de açúcares e lipídeos.





No controle da temperatura corporal, a leptina atuará no sistema nervoso simpática estimulando a liberação de noraepinefrina na corrente sanguínea desencadeando uma cascata enzimática. Através do AMPc e da proteína quinase A (PKA) ocorrerá um estímulo no núcleo para aumentar a transcrição do gene da proteína UCP (proteína desacopladora da fosforilação oxidativa). As UCPs produzidas afetaram diretamente o metabolismo de açúcares e lipídeos, pois agem na última etapa da via de degradação. Essa proteína cria canais na membrana mitocondrial permitindo que o gradiente de prótons criado pela cadeia transportadora de elétrons (CTE) passe por eles impedindo que esses prótons atravessem o complexo da ATP sintase. Dessa forma, toda a energia contida em açúcares e lipídeos é transformando em calor sem a formação de ATP.



Essa termogênese ocorre exclusivamente no tecido adiposo marrom (assim denominado por apresentar inúmeros citocromos em suas mitocôndrias), pois somente esse tecido apresente o gene para transcrição das UCPs. E como consequência desse processo, o tecido adiposo branco será responsável por aumentar a lipólise e reduzir, logicamente, a lipogênese. Dessa forma, a ação regulada da leptina pode controlar a quantidade de gordura corpórea e, portanto, a obesidade.
Esse mecanismo está acoplado com a regulação da ingesta alimentar, pois ambos dependem do estímulo que a leptina tem sobre a secreção de neuropeptídeos anorexígenos, os quais são responsáveis por reduzir a ingestão de alimentos promovendo a sensação de saciedade. Esses neuropeptídeos anorexígenos atuam em conjunto com certos moduladores hipotalâmicos (POMC, CART) de forma a inibir os demais peptídeos responsáveis por um aumento na ingestão de alimentos (neuropeptídeos orexígenos).
Em obesos, uma possível solução seria a ingestão de altas doses de leptina de forma apromover a redução da ingesta alimentar e acelerar o gasto energético (metabolismo basal). Entretanto, a partir de certos níveis de leptina na circulação sangüínea, o cérebro se torna resistente a ela, não permitindo sua utilização de forma excessiva. Há três formas de resistência a leptina no sistema nervoso central (SNC):

  • deficiência nos receptores de transdução de sinal no SNC;
  • deficiência nas respostas hipotalâmicas à leptina;
  • transportadores na barreira hemato-encefálica: menor eficiência quando em níveis plasmáticos elevados de leptina.

Com essa resistência à leptina o que se tem observado é uma hiperfagia e uma redução do gasto energético culminando para o quadro clínico de obesidade severa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Continuação: série Painel biobio

Estas tabelas mostram a evolução da obesidade no Brasil. Esta primeira diz respeito à população masculina.




Esta sobre a população feminina.




Continuação: série Painel biobio

Aqui vão alguns dados legais. Essa tabela mostra a porcentagem da população com mais de 15 anos que apresentam quadro de obesidade.








Clique na imagem para ampliar.

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Diagnóstico

Existem, na atualidade, diversas formas de avaliar a massa gordurosa corporal e sua distribuição:
· Medição da espessura das pregas cutâneas: é utilizada como parâmetro porque existe uma relação entre a quantidade de gordura que é armazenada sob a pele e a gordura interna total do corpo. Um ponto muito utilizado para esse medição é a região do cotovelo. Mas esse método não é muito preciso.
· Ultra-sonografia: tem muita relação com a medida da espessura das pregas cutâneas.
· Tomografia computadorizada
· Ressonância magnética
· Medida da circunferência abdominal: esse método, ao contrário do IMC, que não descreve uma distribuição da massa gordurosa no corpo, pode demonstrar uma tendência ao desenvolvimento de doenças relacionadas à obesidade, pois o excesso de gordura armazenada em uma determinada região corporal pode trazer prejuízos, mesmo que o IMC esteja dentro da normalidade. De acordo com a distribuição de gordura, pode-se classificar em duas categorias: andróide (em forma de maçã) possui gordura em torno do estômago e do tórax, predomina no sexo masculino; ginóide (em forma de pêra) possui gordura nas ancas, coxas e nádegas, predomina no sexo feminino.
· IMC (Índice de Massa Corporal): este é o método mais eficaz, comparado com os outros feitos isoladamente. É recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Pode ser constatado a partir da fórmula: peso, em Kg, dividido pela altura, em metros, ao quadrado. Esse valor pode demonstrar o nível de obesidade ou os riscos associados a ela de acordo com a tabela:


· Bioimpedância: consiste na utilização de um aparelho que nos permite identificar a percentagem de tecido gorduroso no corpo, em relação ao peso total de um individuo.

Introdução

Definição

Obesidade é uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo, causado por um gasto energético menor que o consumo, e que é acompanhado por doenças que trazem prejuízo à saúde.
A definição da obesidade foi alvo de discussões por muito tempo, mas a OMS acabou decidindo classificá-la como doença, pois tem tomado características epidêmicas e vem aumentando cada vez mais o número de pessoas que sofrem deste mal.

Causas

Assim como várias doenças, a obesidade está associada a muitos tipos de fatores, entre eles algumas influências genéticas e sociais, hábitos que podem ser influenciados pelo ambiente familiar ou individual, que, de alguma forma, podem acabar agravando uma nutrição inadequada.
Sabe-se que associados a todos estes fatores, sempre há uma ingestão incorreta de alimentos, seja pela quantidade acima do necessário, seja pela qualidade. Também ocorre um gasto energético insuficiente, sendo que isso pode ocorrer por costumes individuais, fatores genéticos ou distúrbios hormonais diversos.

· Fatores genéticos
Diferente de algumas pessoas que conseguem diminuir seu peso apenas com leves mudanças na alimentação ou com a adição de exercícios físicos em sua rotina, outras têm dificuldades por possuírem tendências genéticas a engordar.
Na verdade não se sabe ao certo quais os genes estão diretamente relacionados com a obesidade, mas alguns estudos podem demonstrar que realmente o material genético influência no acúmulo de energia no corpo. Estudos feitos com filhos adotivos mostram que estes têm uma tendência a possuírem o peso corporal semelhante a seus pais biológicos, desconhecidos por seus filhos, e não com os pais que os criaram e os ensinaram a comer. Outro estudo que defende esta tese é análise de gêmeos idênticos. Quando comparados a gêmeos fraternos, os primeiros possuem sua massa corporal muito mais parecida do que os segundos, que não possuem o mesmo DNA.
Talvez a genética não seja a principal causa da obesidade, porque o acumulo de energia está relacionado com a ingestão e gasto desta energia, porém conhecer os genes que podem facilitar este distúrbio auxiliará no tratamento e prevenção da obesidade.

· Fatores ambientais
Além dos fatores genéticos, o ambiente social influencia e muito na obesidade. A grande quantidade de propaganda que induz as pessoas a comerem alimentos como “fast food”, que possuem lipídios em excesso, a vida corriqueira, onde o indivíduo busca repor as energias constantemente, a falta de tempo para se realizar uma atividade física, tudo contribui para o acúmulo de tecido gorduroso no corpo.
A tecnologia que muitos benefícios traz para a vida moderna, também afeta a saúde das pessoas quando se trata de obesidade. O desenvolvimento de máquinas e acessórios, que diminuem o esforço físico de um indivíduo, acaba induzindo o sedentarismo. Carros, motos e outros meios de transporte, por exemplo, condicionam as pessoas a não desfrutarem de métodos mais saudáveis de locomoção como bicicletas, ou uma simples caminhada.

· Metabolismo
· Distúrbios alimentares e Condições médicas
Como já foi dito anteriormente, o modo de vida moderno acaba induzindo a uma péssima alimentação. Baseados no sedentarismo frente à TV, onde se costuma comer alimentos gordurosos e de fácil acesso, as pessoas começam a reter mais energia do que gastam, assim, adquirem um excesso de peso.
Com a presença cada vez mais constante de lipídeos na alimentação, seguida da diminuição de carboidratos, o organismo tende a aumentar o número de células adiposas, ou o tamanho destas células, para que possa “guardar” esta gordura. Assim, quando um individuo quer emagrecer tem muita dificuldade, e quando consegue e diminui o controle da alimentação, volta a engordar, isso caracteriza o efeito-sanfona.
Além da péssima alimentação, algumas questões psicológicas podem ajudar no aumento de peso. Alguns obesos tiveram problemas em algumas fases da vida, e vêem como uma maneira de esquecer esta dificuldade a distração quando estão comendo.

Início

Pessoas, segue agora uma série de posts que vão mostrar parte do nosso trabalho sobre obesidade. Foram cinco painéis, nos quais tentamos mostrar um pouco sobre essa doença, que atinge hoje cerca de 1 bilhão de pessoas. Tentamos abordar aspectos ligados à bioquímica e por alguns momentos conseguimos. Leiam. espero que gostem. Obrigado.