domingo, 6 de julho de 2008

Em busca de um corpo ideal

A idéia de um corpo escultural é muito divulgado pela mídia por meio de mensagens implícitas e, muitas vezes, explícitas. Esse culto à bela forma arrasta milhares de pessoas a beira da depressão e engorda, sem duplo sentido, a conta das indústrias farmacêuticas. Fármacos usados no combate à obesidade são modestamente efetivos, pois provocam efeitos colaterais indesejados e não liquidam totalmente o excesso de sobrepeso. Podemos dizer que eles se incluem numa estratégia terapêutica na neutralização da obesidade. Estão classificados em três grandes categorias que:
  • atuam sobre o sistema nervoso central modificando o apetita ou a conduta alimentar;
  • atuam sobre o metabolismo aumentando a termogênese;
  • atuam sobre o sistema gastrointestinal diminuindo a absorção de gorduras.

Analisando um exemplo de cada podemos citar a Sibutramina que afeta a recaptação de noradrenalina e serotonina diminuindo a ingesta alimentar e aumentando o gasto calórico; a Efedrina que promove aumento na produção de calor e, portanto, maior consumo de energia; o Orlistat que bloqueia a absorção de triglicérides no intestino e diminui a ingesta alimentar.
Agora vamos analisar os efeitos colaterais de cada um: a Sibutramina causa taquicardia e aumento da pressão arterial; a Efedrina tem efeitos semelhantes ao remédio anterior; o Orlistat provoca incontinência fecal com diarréia gordurosa além de diminuição na captação de vitaminas lipossolúveis (K, A, D, E). Além desses, o Rimonabant provoca náuseas, diarréias e problemas psíquicos (principalmente depressão).
Esses fármacos são usados por pessoas obesas que tentam emagrecer, mas também por pessoas magras que sonham em alcançar um corpo perfeito (que não existe, uma vez que perfeição está muito associado a gostos e preferências individuais). Entretanto, novas estratégias estão sendo repensadas como forma de minimizar os efeitos viciantes e erradicar a procura desenfreada por esses medicamentos que são, teoricamente, de comercialização proibida sem o uso de receita médica. Assim, estudos realizados procuram um mecanismo de ação molecular que seja capaz de bloquear a ação dos neuropeptídeos estimuladores do apetite, bem como a inibir a ação de outras proteínas relacionadas à resistência à leptina.
Antes de buscarmos um corpo ideal por que não pensarmos num tratamento ideal? Assim, o mais recomendado é sempre procurar um médico que lhe oriente quanto ao que deve ser feito. E, caso você não se encontre nessa situação procure se informar melhor sobre os fármacos e seus efeitos acessando os sítios: http://www.emagrecentro.com.br/saudenutricaos/medicamentos.asp
http://www.srsdocs.com/parcerias/revista_imprensa/diversos/2007/div_2007_01_09_07_k.htm

sábado, 5 de julho de 2008

O paradoxo da obesidade na pobreza

Traçar um perfil da obesidade como uma doença em que os excessos na alimentação são as suas causas não pode ser levado tão a sério. No Brasil, bem como em vários outros países, podemos desmistificar essa idéia. O que vem sendo observado nas últimas décadas é um aumento contínuo da obesidade em regiões onde essa enfermidade não poderia nem ser notificada. Favelas, guetos, sertão nordestino são locais onde não se espera encontrar pessoas obesas ou que apresentem tendência ao sobrepeso. Eu diria que 5 de cada 5 leitores apostariam na desnutrição como a enfermidade que mais cresce nessas regiões. Ledo engano. Estudos realizados ao longo das últimas duas décadas com jovens nordestinos demonstram um ascendente aumento do sobrepeso e da obesidade.

Pensar na obesidade em regiões como essas de fato não é algo usual. Porém, devemos levar em conta que a obesidade não é provocada apenas pela ingesta abundante de alimentos.Estamos falando de uma doença multifatorial que abrange desde aspectos biológicos até aqueles de cunho sociais. E é a grande desigualdade social que acaba gerando esse contraste na realidade brasileira: desnutrição x obesidade.
Aqueles que apostaram na desnutrição, no início de nossa reflexão, não devem ficar decepcionados. Infelizmente, ainda é marcante os altos índices de desnutrição crônica, principalmente infantil, nesses locais. Várias hipóteses tentam mesclar os dados de alta taxa de desnutrição infantil com sobrepeso na adolescência. Uma delas sugere que devido à desnutrição o organismo acaba reduzindo a capacidade de oxidação de gordura pós-prandial ao longo da vida e no momento em que entra em contato com uma dieta rica em gordura passa a metabolizá-las lentamente, assim a tende-se ao sobrepeso mais facilmente.
Dois artigos muito interessantes ressaltam a importância do crescente nível da obesidade em regiões carentes como a Favela da Rocinha e o Nordeste brasileiro:
http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X2005000600027&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000500023
Acredito que essas sugestões de leitura serão o início de um novo olhar para a obesidade. Mas será mesmo que identificar pessoas obesas e pobres é tão absurdo assim? Ou será que a pobreza para nós é algo tão miserável que até a obesidade seria um luxo?

Cirurgia bariátrica pode diminuir riscos de diabetes

De acordo com dados apresentados pelos Professores Doutores Bruno Geloneze e José Carlos Pareja, no artigo Cirurgia Bariátrica no Paciente Diabético, cerca de 30% dos obesos mórbidos sofrem também com diabetes tipo 2. Os que não sofrem possuem alto risco de desenvolver a doença. Os pesquisadores do Serviço de Cirurgia da Obesidade da Unicamp estabeleceram uma ligação entre as cirurgias de redução de estômago e intestino com a redução do diabetes. No artigo, lemos o relato dos médicos a respeito da cirurgia de Scopinaro, abordada por esse bolg alguns posts abaixo. Segundo eles, é o método mais utilizado hoje no Brasil. Perde-se até 80% do sobrepeso e, pasmem, há reversão do diabetes em 85% dos casos. O artigo é muito interessante e de leitura agradável. Altamente recomendável. O texto foi retirado e pode ser lido no site da Revista Abeso.
Informações preciosas a respeito do diabetes podem ser encontradas também so blog de nossos companheiros de biobio.

Profissional da área de cirurgia bariátrica

Um site interessante sobre obesidade severa, muito discutida em nossos painéis. O trabalho é coordenado pelo Dr. José Carlos Pareja, professor da Unicamp, contratado em 1982 para trabalhar na área de cirurgias do aparelho digestivo. O site possui uma quantidade enorme de informações a respeito dos disúrbios relacionados à obesidade. Desde sugestão de dietas a explicações sobre as cirurgias bariátricas. Vale a pena ressaltar também alguns artigos sobre o tema. Pareja foi responsável ainda pela criação do Grupo de Cirurgia de Obesidade da Unicamp. Atualmente é diretor executivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.

Dieta mediterrânea reduz risco de câncer

Olá pessoal. Foram discutidas em posts anteriores, duas opções de dietas e suas conseqüências metabólicas no organismo. A dieta é uma das opções mais importantes para o obeso e muitas delas realmente fazem efeito. Uma dieta bastante conhecida é a do Mediterrâneo, que propõe o consumo de azeite de oliva, bastante comum na culinária mediterrânea. O azeite de oliva é rico em gordura insaturada, rica em lipoproteína de alta densidade, o HDL, conhecido como bom colesterol. Dessa forma, tem-se uma diminuição de gordura insaturada na dieta, que é prejuducial à saúde.
Agora um novo ponto positivo foi descoberto nessa dieta. Ela reduz o risco de câncer. Saiba mais nessa matéria retirada da Folhaonline.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u418382.shtml

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Regulação Hormonal

Queridos Leitores,
lembrar de todos os hormônios relacionados com a obesidade é muito difícil, ainda mais se levarmos em conta o mecanismo de ação de cada um que, em alguns casos, têm função oposta aos outros estudados. Porém, essa dificuldade pode ser sanada se tentarmos compreendê-los como parte de uma ação integrada dentro do corpo humano. Para tanto, sugerimos como leitura o seguinte link, http://www.newslab.com.br/newslab/ed_anteriores/64/grelina.pdf, dando maior enfoque para a figura que mescla a ação de vários hormônios no corpo humano.
Boa leitura!!

Recapitulando

Gente!!
Acabaram as aulas de BioBio, acabaram as apresentações dos painéis, mas o nosso blog continua na ativa. Relembrando um pouco sobre o tema obesidade e seus hormônios envolvidos vamos recapitular sobre a grelina.
A grelina é um hormônio com função orexígena, ou seja, induz a fome e, portanto, aumenta a ingesta alimentar. Sua regulação depende da percepção dos nutrientes pela mucosa estomocal juntamente com outro hormônio regulador que indica a saciedade no núcleo arqueado do hipotálamo, PYY.
Como nós mesmos questionamos, será então que a grelina é responsável por causar a obesidade? Seguindo a idéia de que ela provoca um aumento no consumo de alimentos, que esses, em excesso, determinam um acúmulo de tecido adiposo e que, em obesos, esses dois fatos são característicos é plausível que cheguemos a essa conclusão. Entretanto, regulação hormonal não é tão simples assim... E nesse caso a lógica está contra nós! Para não ficar na dúvida leia mais em nossa Série Painel-Hormônios e este ótimo artigo da Unicamp.
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/184-pag03.pdf