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Em tempo, waiver significa um contrato em que uma das partes abdica de algum direito. Quem assistir entenderá. Abraços.
A obesidade é uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo, causado por um gasto energético insuficiente, e está associada a doenças que trazem prejuízo a saúde. Esse site, uma experiência da disciplina Bioquímica e Biofísica, ministrada na Universidade de Brasília, tem como objetivo discutir pontos importantes dessa doença, que atinge mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Bypass gastrojejunal tipo Capella
Cirurgia que combina redução do estômago com desvio do intestino delgado de forma a criar um estado de má absorção intestinal. A redução estomacal é feita por um anel, que diminui o seu volume de 1500 ml para cerca de 30 ml. Além disso, uma parte do duodeno é isolada da passagem de alimento, o que acelera a sensação de saciedade, diminuindo a ingestão de alimentos. Outro auxílio para a redução de peso está na Síndrome de Dumping, uma intolerância a doces e alimentos gordurosos. Os pacientes sentem náuseas e vômitos, o que ajuda na perda de peso. O resultado é a perda de cerca de 75% do peso em excesso (por volta de 35% do peso total).
Hormônios, bioquímica, obesidade, enfim, tentamos mostar um pouquinho da correlação de todos esses termos técnicos. Agora é só procurar entender, nem que seja o essencial, de todo esse grande mecanismo que rege o corpo humano.
Entretanto, a sua principal ação é ter função oposta ao hormônio leptina. Dessa forma, estimula a síntese de neuropeptídeos orexígenos que induzem um aumento da ingesta alimentar com certa redução no gasto energético e, portanto, um aumento na adiposidade.
Mas como é a sua ação?
Em estado de jejum prolongado ou em casos de hipoglicemia, a grelina, com seu nível elevado, atuará no núcleo arqueado do hipotálamo indicando que o corpo está com “fome”. Após a refeição realizada, os nutrientes passarão a ser identificados nas paredes estomacais e vão, por meio de outro hormônio PYY, atuar de forma controlada com a grelina indicando para o cérebro a sensação de saciedade. Para que esse mecanismo ocorra de forma eficiente é necessário redução significativa dos níveis de grelina na corrente sanguínea e um aumento substancial nos níveis de PYY.
Entretanto, essa regulação depende do tipo de macronutriente ingerido. No caso de uma dieta rica em carboidratos simples, os quais são rapidamente absorvidos no trato digestório e armazenados como gordura, o tempo para que haja a redução dos níveis de grelina e aumento dos níveis de PYY não é suficiente para que o cérebro perceba a sensação de saciedade. Nesse caso, há uma ingestão maior de carboidratos com conseqüente aumento de tecido adiposo, uma vez que esses nutrientes são convertidos em gordura.
No caso de uma dieta rica em proteínas e lipídeos, cuja degradação e absorção de nutrientes é lenta, o tempo que os nutrientes estão no trato digestório é maior permitindo que o cérebro perceba as alterações das concentrações de grelina e PYY no sangue. Dessa forma, não há necessidade de um consumo exagerado dessas substâncias para se ter a sensação de saciedade. Assim, a ingesta alimentar é menor e, portanto, menor será o aumento de peso. Então, por mais estranho que pareça, esse tipo de dieta pode ajudar na perda de peso.
Então, podemos pensar que a grelina pode ser responsável por causar a obesidade?
Na verdade não. Pesquisadores compararam os níveis de grelina em pessoas com o peso normal e obesas. Constataram que em obesos os níveis de grelina são mais baixos do que o outro grupo. O que acontece com os obesos é uma hipersensibilidade aos efeitos de grelina o que acaba proporcionando um aumento da ingesta alimentar.
Leptina – O hormônio da Obesidade
Mas qual é a função da leptina?
A leptina, produzida no tecido adiposo, age no hipotálamo que redistribui a sua ação. A sinalização na glândula pituitária estimula as gônadas indicando o início da puberdade e da reprodução; as adrenais regulando os estímulos adrenérgicos. Porém, sua ação mais importante é no controle da ingesta alimentar e na manutenção da homeostase corporal com o metabolismo de açúcares e lipídeos.
No controle da temperatura corporal, a leptina atuará no sistema nervoso simpática estimulando a liberação de noraepinefrina na corrente sanguínea desencadeando uma cascata enzimática. Através do AMPc e da proteína quinase A (PKA) ocorrerá um estímulo no núcleo para aumentar a transcrição do gene da proteína UCP (proteína desacopladora da fosforilação oxidativa). As UCPs produzidas afetaram diretamente o metabolismo de açúcares e lipídeos, pois agem na última etapa da via de degradação. Essa proteína cria canais na membrana mitocondrial permitindo que o gradiente de prótons criado pela cadeia transportadora de elétrons (CTE) passe por eles impedindo que esses prótons atravessem o complexo da ATP sintase. Dessa forma, toda a energia contida em açúcares e lipídeos é transformando em calor sem a formação de ATP.
Essa termogênese ocorre exclusivamente no tecido adiposo marrom (assim denominado por apresentar inúmeros citocromos em suas mitocôndrias), pois somente esse tecido apresente o gene para transcrição das UCPs. E como consequência desse processo, o tecido adiposo branco será responsável por aumentar a lipólise e reduzir, logicamente, a lipogênese. Dessa forma, a ação regulada da leptina pode controlar a quantidade de gordura corpórea e, portanto, a obesidade.
Esse mecanismo está acoplado com a regulação da ingesta alimentar, pois ambos dependem do estímulo que a leptina tem sobre a secreção de neuropeptídeos anorexígenos, os quais são responsáveis por reduzir a ingestão de alimentos promovendo a sensação de saciedade. Esses neuropeptídeos anorexígenos atuam em conjunto com certos moduladores hipotalâmicos (POMC, CART) de forma a inibir os demais peptídeos responsáveis por um aumento na ingestão de alimentos (neuropeptídeos orexígenos).
Em obesos, uma possível solução seria a ingestão de altas doses de leptina de forma apromover a redução da ingesta alimentar e acelerar o gasto energético (metabolismo basal). Entretanto, a partir de certos níveis de leptina na circulação sangüínea, o cérebro se torna resistente a ela, não permitindo sua utilização de forma excessiva. Há três formas de resistência a leptina no sistema nervoso central (SNC):
Com essa resistência à leptina o que se tem observado é uma hiperfagia e uma redução do gasto energético culminando para o quadro clínico de obesidade severa.